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QUEM QUER SER ANALISTA FISCAL ?

28 ago
Nos primeiros seis meses de 2009, a indústria paulista fechou mais de 54 mil postos de trabalho, uma queda de 2,41% no nível de emprego na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Fiesp. Em número de vagas, é o maior corte semestral desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2005.


Por causa da crise mundial e das incertezas em relação às contratações, notícias como estas têm se repetido nos últimos meses e assombrado desempregados e jovens prestes a ingressar no mercado de trabalho.

Para quem opta pela área contábil, porém, o cenário é mais otimista. Com taxa zero de desemprego e salários atrativos, o segmento tem reagido bem ao momento de turbulência financeira. ”Se além da graduação, o candidato se especializar em escrita fiscal, as chances de uma colocação tão almejada aumentam muitíssimo”, constata Manuel Liebana Torres Sobrinho, presidente do Sindicato dos Contabilistas de São José do Rio Preto (Sindcont-SJRP). De acordo com a consultoria empresarial Millenium RH, o salário mensal de um analista fiscal varia entre R$ 1.754,00 e R$ 4.884,00.

O analista fiscal é responsável pela escrita fiscal, ou seja, pelo lançamento de registros de notas fiscais, apuração e declaração de impostos, atendimento às fiscalizações em todos os âmbitos, organização e classificação de documentos contábeis, entre outras atribuições.

Mario Hessel, diretor-executivo da Contmatic Phoenix (www.contmatic.com.br), desenvolvedora de softwares contábeis, explica que as várias mudanças tributárias realizadas anualmente exigem do profissional de escrita fiscal atualização constante. “A dinâmica dos impostos brasileiros exige atenção total à correta emissão das notas fiscais, especialmente, em relação à escrituração dos livros fiscais, dentro do prazo e em conformidade total com a legislação vigente. Por isso, quem faz a escolha por esse segmento das ciências contábeis tem de conhecer muito sobre direito tributário”, revela Hessel.

Para o presidente do Sindcont-SJRP, ao contratar um profissional de escrita fiscal, a empresa espera que ele apresente todos os elementos necessários para a tomada de decisão sobre custos decorrentes de obrigações fiscais, reflexos das operações nesses custos e capacidade de elucidação de dúvidas sobre a legislação aplicável. “Um bom analista fiscal deve entender com perfeição as normas legais vigentes, para possibilitar a antecipação dos efeitos delas nos negócios dos clientes”, afirma.

De acordo com os especialistas, versatilidade é a chave para crescer na área de escrita fiscal. “O profissional deve desenvolver habilidades como capacidade de interpretação, facilidade de comunicação com diversos públicos, disponibilidade para estudar e aprender, agilidade na busca de soluções e conhecimento dos negócios dos clientes”, descrevem.

Mercado profissional – Marcia Ruiz Alcazar, do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC SP) e coordenadora da Comissão CRC SP Jovem, a entidade reúne 112 mil contabilistas e mais de 18 mil empresas de serviços contábeis. “Há ampla oferta de trabalho aos quase 400 mil contabilistas brasileiros, uma vez que o País possui 5 milhões de empresas”, diz.

Para o mestre e doutor em contabilidade e professor titular do departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP, José Carlos Marion, a contabilidade é a profissão do terceiro milênio, com excelentes perspectivas profissionais. “É um segmento com taxa de desemprego zero. O profissional pode escolher entre mais de 30 especializações, entre elas, as de auditor, perito, consultor, investigador de fraudes contábeis, controller, analista financeiro, professor, pesquisador, planejador tributário e contador internacional. E não existe preconceito com relação à idade do profissional nessa profissão, ao contrário de outros setores que descartam colaboradores com mais de 45 anos”, avalia.

Pesquisa realizada mensalmente pela Ricardo Xavier Recursos Humanos mostra que nos últimos 18 meses, os profissionais da área contábil ocupam o terceiro lugar no ranking dos mais procurados no mercado de trabalho, atrás apenas de engenheiros e administradores de empresas.