A LÓGICA DA REDUÇÃO DO IPI DOS VEÍCULOS E DOS ELETRODOMÉSTICOS
Li hoje no jornal “O Estado de São Paulo” um editorial interessante (http://tinyurl.com/dghtw8) que trata, dentre outras coisas, da redução/isenção do IPI dos veículos e dos eletrodomésticos da chamada “Linha Branca”.
Embora o autor argumente sempre citando outras pessoas, a questão central pareceu-me a seguinte: “Para quê dar mais estímulos para setores exportadores que já recebem benefícios demais do governo em detrimento do micro e pequeno empresário”. Bem, basicamente, acho extremamente demagógico algumas “bandeiras” levantadas por alguns como a que deveriam cobrar da indústria automotiva e de eletrodoméstico certas “contrapartidas” pelos benefícios recebidos, como obrigatoriedade na redução da emissão de poluentes, etc. Enfim, sempre tem aqueles que criticam, mas nunca, jamais, movem um dedo sequer para mudar algo. Às vezes, radicalmente penso de quem fala mal do presidente: Vão lá e sentem-se no lugar dele e tentem fazer melhor.
Ora, talvez muitos não se dão conta que a redução e isenção do IPI foi estendida também para alguns ítems do setor de construção civil, numa clara atitude do governo de alavancar, ou pelo menos não deixar estagnar este importante setor da economia. A redução e isenção para os Veículos e Eletrodomésticos segue o mesmo raciocínio, pois estes setores, com preços mais competitivos, venderão mais, e, vendendo mais, terão de aumentar a produção e, como muitos destes itens usam, por exemplo aço, que será comprado das siderúrgicas, gerando, então uma reação em cadeia.
Esta reação pode ser traduzida numa melhora da produção industrial, que pode evitar demissões neste setor, bem como uma melhora no comércio evitando-se aí demissões. Só de garantir estes empregos, teremos, no mínimo menos desempregados, e, pessoas que trabalham , recebem salários que, por sua vez são gastos na compra de alimentos, roupas, acessórios, etc, o que alimenta a cadeira produtiva, enfim, é como um efeito dominó. Creio que este efeito não seria tão amplo, se, por exemplo a ajuda fosse para os microempresários que estão no final da cadeia produtiva.
Embora os pequenos e médio empresários são a categoria que mais empregam no Brasil, a situação é emergencial e esta redução tem um prazo para acabar , e esta categoria numerosa precisa de incentivos de longo prazo ou a tão sonhada reforma tributária.
Enfim, vamos raciocinar e não só jogar pedras, pois, pelo menos alguma coisa está sendo feita sobretudo visando as classe trabalhadora, diferente do PROER da época do Fernando Henrique que ajudou mais os bancos e não teve efeitos tão significativos para o povo.
Então, você, ao comprar um carro, geladeira, fogão, ou outro item beneficiado pela redução, saiba que, indiretamente você está ajudando a evitar demissões no setor siderúrgico, no comércio, evitando despesas com o pagamento do seguro desemprego e até mesmo ajudando o microempresário que é quem, no final sempre ganha quando todos temos dinheiro para comprar alguma coisa na “vendinha”.